terça-feira, 24 de abril de 2012

O Sufismo e a Cabala

Conhecido por muitos como o misticismo do Islão, o sufismo é uma filosofia de autoconhecimento e contato com o divino através de certas práticas as quais nem sempre seguem um padrão fixo e frequentemente parecem incomprensíveis a um observador que esteja fora do contexto de trabalho. Estas práticas devem ser aplicadas por um professor.
Os sufis acreditam que Deus é amoroso e o contato com ele pode ser alcançado pelos homens através de uma união mística, independente da religião praticada. Por este conceito de Deus, foram, muitas vezes, acusados de blasfêmia e perseguidos pelos próprios muçulmanos esotéricos, pois contrariavam a idéia convencional de Deus.
Hallaj (século X), um dos grandes representantes do sufismo, foi executado, pois ensinou, em estado de êxtase, que Deus e ele eram um; que havia atingido a identidade suprema. Como o ideal do sufismo era ascético, acreditavam que Jesus era tão importante quanto Maomé, que o Alcorão era tão essencial quanto a Bíblia ou a Torá. Quase um século e meio depois, Ghazali, um dos maiores pensadores do mundo e seguidor

Encontramos seguidores desta corrente em todos os segmentos sociais: camponeses, donas de casa, advogados, comerciantes, professores. Sua filosofia básica é: "Estar no mundo, mas não ser dele", livre da ambição, da cobiça, do orgulho intelectual, da cega obediência ao costume ou do respeitoso amor às pessoas de posição mais elevada.
A "Cabala" é uma filosofia esotérica que visa conhecer a Deus  e o Universo, sendo afirmado que nos chegou como uma revelação para eleger santos de um passado remoto, e reservada apenas a alguns privilegiados.
Formas antigas de misticismo judaico consistiam inicialmente de doutrina empírica. Mais tarde, sob a influência da filosofia neoplatônica e neopitagórica, assumiu um caráter especulativo. Na era medieval desenvolveu-se bastante com o surgimento do texto místico, Sefer Yetzirah, ou Sheper Bahir que significa Livro da Luz, do qual há menção antes do século XIII. Porém o mais antigo monumento literário sobre a Cabala é o Livro da Formação (Sepher Yetsirah), considerado anterior ao século VI, onde se defende a ideia de que o mundo é a emanação de Deus.
Transformou-se em objeto de estudo sistemático do eleito, chamado o "baale ha-kabbalah" (possuidores ou mestres da Cabala "). Os estudantes da Cabala tornaram-se mais tarde conhecidos como maskilim "o iniciado". Do décimo terceiro século em diante ramificou-se em uma literatura extensiva, ao lado e frequentemente na oposição ao Talmud.
Grande parte das formas de Cabala ensinam que cada letra, palavra, número, e acento da Escritura contêm um sentido escondido e ensina os métodos de interpretação para verificar esses significados ocultos.
Alguns historiadores de religião afirmam que devemos limitar o uso do termo Cabala apenas ao sistema místico e religioso que apareceu depois do século XII e usam outros termos para referir-se aos sistemas esotéricos-místicos judeus de antes do século XII. Outros estudiosos veem esta distinção como sendo arbitrária. Neste ponto de vista, a Cabala do pós século XII é vista como a fase seguinte numa linha contínua de desenvolvimento que surgiram dos mesmos elementos e raízes. Desta forma, estes estudiosos sentem que é apropriado o uso do termo Cabala para referir-se ao misticismo judeu desde o primeiro século da Era Comum. O Judaísmo ortodoxo discorda de ambas as escolas filosóficas, assim como rejeita a ideia de que a Cabala causou mudanças ou desenvolvimento histórico significativo.
Desde o final do século XIX, com o crescimento do estudo da cultura dos Judeus, a Cabala também tem sido estudada como um elevado sistema racional de compreensão do mundo, mais que um sistema místico. Um pioneiro desta abordagem foi Lazar Gulkowitsch.
A cabala ensina que, a fim de podermos reclamar as dádivas para as quais fomos criados para receber, primeiro temos que merecer essas dádivas. Nós as merecemos quando nos envolvemos com nosso trabalho espiritual – o processo de transformarmos a nós próprios na essência. Ao nos ajudar a reconhecer as fontes de negatividade em nossas próprias mentes e corações, a Cabala nos fornece as ferramentas para a mudança positiva.
também que todo ser humano é uma obra em execução. Qualquer dor, desapontamento ou caos que exista em nossas vidas não ocorre porque a vida é assim mesmo, mas apenas porque ainda não terminamos o trabalho que nos trouxe até aqui. Esse trabalho, muito simplesmente, é o processo de nos libertarmos do domínio do ego humano e de criar uma afinidade com a essência de compartilhar de Deus.
Na vida do dia-a-dia, esta transformação significa desapegar-se da raiva, da inveja e de outros comportamentos reativos em favor da paciência, empatia e compaixão. Não significa abrir mão de todos os desejos e ir viver no topo de uma montanha. Muito pelo contrário, significa desejar mais da plenitude para a qual a humanidade foi criada para obter.
A Cabala Cristã aparece a partir do final do século XV, na aurora da Renascença. Foi o resultado ou desmembramento natural do estudo de textos gregos, traduzidos por hebraístas cristãos. Teve seu auge nos séculos XVI e XVII e, como coadjuvante principal, contou com o auxílio da imprensa, a cargo da qual ficou a divulgação ou, melhor dito, a cópia múltipla de textos traduzidos e que anteriormente estava a cargo exclusivo de monges copistas. Outro coadjuvante foi o papa Sisto IV (1471-1484) que, como nenhum outro antes dele, ordenou a tradução de livros cabalísticos.
A sua principal abordagem ou motivo de ser foi o de estudar as escrituras, antigo e novo testamentos, aplicando os mesmos métodos que os cabalistas judeus e, demonstrando assim, que os escritos cabalísticos mantinha uma concordância, quase que unilateral, com o cristianismo e que no estudo da Cabala Judaica haviam argumentos favoráveis ao cristianismo. A grande maioria destes expoentes do Cabalismo cristão eram, a princípio, judeus conversos e conhecedores (quase que naturalmente) dos estudos cabalísticos.

Entre os primeiros a promover o conhecimento desta filosofia, além dos círculos exclusivamente judaicos, está Giovanni Pico della Mirandola (1463-1494) um discípulo de Marsilio Ficino na sua Academia de Florença. A sua visão sincrética do mundo combinava o platonismo, o neoplatonismo, o aristotelismo, o Hermetismo e a Cabala.
Pico teve por mestres a Flavius Mithridates, que introduziu Pico no estudo da Cabala e foi autor, entre outras obras de De Tropis Hebraicis, um trabalho original em latim com referências hebraicas que foi largamente elogiado por Sebastian Münster e Imbonatus; o humanista judeu-bizantino e professor de hebraico Johanan ben Isaac Aleman Yohanan Allemanno (que havia sido díscipulo do neoplatônico Judah Leon Messer) em cuja obra Ḥesheḳ Shelomoh (O explendor de Salomão), ele demonstra um profundo conhecimento da filosofia grega e árabe, discursa sobre as realizações artísticas e morais da raça humana, os quais se combinam em Salomão, o qual está (segundo o autor) acima de Platão e de outros filósofos; e Paulo de Heredia (1408-1486), provavelmente o que mais influenciou ao jovem Pico.
O trabalho de Mirandola foi, posteriormente desenvolvido por Athanasius Kircher (1602-1680), um padre jesuíta, hermetista e polímata que, em 1652, escreveu sobre o assunto em Édipo aegyptiacus. Embora ambos trabalhassem dentro da tradição cristã, estavam mais interessados ​​na abordagem sincrética. O trabalho de ambos levou diretamente ao Ocultismo e a Cabala Hermética.
A mim pessoalmente o que me atrai nesta filosofia
O Zohar propõe que a alma humana possui três elementos, o nefesh, ru'ach, e neshamah. O nefesh é encontrado em todos os humanos e entra no corpo físico durante o nascimento. É a fonte da natureza física e psicológica do indivíduo. As próximas duas partes da alma não são implantadas durante o nascimento, mas são criadas lentamente com o passar do tempo; Seu desenvolvimento depende das ações e crenças do indivíduo. É dito que elas só existem por completo em pessoas espiritualmente despertas. Uma forma comum de explicar as três partes da alma é como mostrado a seguir:
  • Nefesh - A parte inferior ou animal da alma. Está associada aos instintos e desejos corporais.
  • Ruach - A alma mediana, o espírito. Ela contém as virtudes morais e a habilidade de distinguir o bem e o mal.
  • Neshamah - A alma superior, ou super-alma. Essa separa o homem de todas as outras formas de vida. Está relacionada ao intelecto, e permite ao homem aproveitar e se beneficiar da pós-vida. Essa parte da alma é fornecida tanto para judeus quanto para não-judeus no nascimento. Ela permite ao indivíduo ter alguma consciência da existência e presença de Deus.
A Raaya Meheimna, uma adição posterior ao Zohar por um autor desconhecido, sugere que haja mais duas partes da alma, a chayyah e a yehidah. Gershom Scholem escreve que essas "eram consideradas como representantes dos níveis mais elevados de percepção intuitiva, e estar ao alcance somente de alguns poucos escolhidos".
  • Chayyah - A parte da alma que permite ao homem a percepção da divina força.
  • Yehidah - O mais alto nível da alma, pelo qual o homem pode atingir a união máxima com Deus.é o conceito de Alma.  

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