Para eles, a matéria teria sido criada pelo deus do mal, para aprisionar nela o espírito do Deus bom. Portanto, todo o universo material seria maligno, e o Criador do Mundo -- Deus adorado pelos Católicos -- seria o Deus do Mal. Um deus menor encarregado da criação do mundo, conhecido universalmente como Demiurgo, seria então sob esta ótica, o deus da matéria ou do mundo da matéria, o Deus supremo seria o principio de todas as coisas, a fonte do mundo divino.
Em consequência, eles condenavam a maternidade, pois que a mater, a mãe, produziria mais matéria. Por isso diziam que toda mulher grávida estava ``possessa´´. A mulher, enquanto geradora de matéria, seria fonte do mal, entenda-se mal aqui, como a impossibilidade do ser humano de gerar seres perfeitamente espiritualizados, todo ser que nasce neste mundo, nasce por que é imperfeito e possui Karma, o nascimento poderia ser visto como uma possibilidade de resgate. O casamento e a procriação eram tidos como obras do deus do Mal, contudo ao mesmo tempo uma benção pois, evitava uma degeneração maior dos seres humanos, segundo a lei bíblica: é melhor casar do que abrasar.
A salvação para o catarismo era a libertação da alma de seu invólucro satânico, isto é, o corpo material impuro. Devido a essa concepção, os cátaros viam com bons olhos o suicídio.
“Além do suicídio por envenenamento ou salto num precipício, ou ainda a pneumonia voluntariamente contraída, era comum procurar-se a morte pela fome ou endura; deixavam de comer até se extinguir.”
Os sacerdotes cátaros, que denominavam-se "bons cristãos" ou "bons homens" e "boas mulheres", aparentemente levavam vidas simples e castas. Desprovidos de quaisquer posses materiais, buscavam afastar-se ao máximo do mundo, que consideravam corrupto, pois consideravam toda matéria corrupta. Eram considerados bons homens a partir do momento em que recebiam o consolamentum, um rito que representava de maneira simbólica sua morte com relação ao mundo. Os crentes (croyants) eram simpatizantes da doutrina cátara e somente recebiam o consolamentum nos momentos que antecediam sua morte. Os altos sacerdotes cátaros eram denominados perfeitos. Eles caminhavam entre o povo, sempre dois a dois, pregando o Amor universal e também auxiliando a população em suas necessidades. Deviam abster-se da alimentação carnívora, de atividades sexuais, evitar qualquer forma de violência e não podem possuir nenhum bem material.

Eu como catolico considero que essa perseguição foi um verdadeiro crime cometida pela minha igreja. Defendo o direito cada um ter as suas doutrinas religiosas. defendo o dialogo entre as religiões e o ecomunismo entre as diferentes dominações cristãs Aqui fica a minha homenagem a todos os que se batem pelo direito a liberdade religiosa e de pensamento filosofico.
Parabéns pelo belo texto! Porém quando diz que os Cátaros afirmavam dois princípios opostos, o bem e o mal, não encontramos nós uma dualidade, ainda que diferente, na Igreja de Roma, com a introdução do Diabo na fé? Não tem o mal existência ontológica a partir da altura em que esta igreja refere à existência do inferno? Assim, não haverá um maniqueísmo romano? Por outro lado, qual a fronteira que define uma "seita" de uma religião, atendendo ao sentido negativista da palavra "seita". No que toca á noção de impureza logo à nascença, reencontramos a mesma noção na igreja romana, na medida em que se define o ser humano concebido com pecado original....A salvação para os católicos romanos passa pela libertação da alma afim de se juntar a deus. Passa igual para os Cátaros; não vejo aí grandes diferenças. Em suma talvez se deva acentuar, isso sim, o facto da Igreja de Roma ter entendido que aquela religião estava crescendo com demasiado sucesso, denigrindo o poder e a fastuosidade....Foi necessário queimá-los. Não devemos temer de denunciar as aberrações humanas, mesmo quando provindas de uma religião baseada em Jesus, alguém que apenas defendia o amor.
ResponderEliminarObrigado pelo seu comentario. Acho extredmamente louvavel que os Cátaros se dedicavam a fazer o bem tal como a maioria do povo catolico que muitos chegaram a proteger os seus irmãos cataros da preseguição feita pela igreja. Eu gosto muito do conceito de Igreja enquanto a união de todos os crentes. Infelizmente a Igreja do Poder e da hieraquia cometeu alguns pecados graves. Já reconhecidos pelo anterior papa. Enfim a igreja é governada por homens que muitas vezes cometem erros. Tal como se sabe dentro da Igreja existem diferentes sensibilidades. Eu me considero um catolico progressista. Existem algumas estruturas da igreja com o qual não tenho muita Simpátia por serem demasiado conservadoras(Opus Dei).Mas respeito a sua existência. O meu ideal enquaqnto cristão é tentar ser como Jesus que limitava-se amar sem fazer diferenças entre pessoas. Muita paz
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