domingo, 10 de junho de 2012

Resgate a Espanha para salvar bancos


O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, anunciou neste sábado que o país vai pedir um empréstimo ao Eurogrupo – instituição que reúne os ministros das Finanças da zona do euro – para recapitalizar seu sistema bancário. Segundo Guindos, será uma quantia "alta e com uma grande margem de segurança", mas cujo valor exato ainda será definido após análise de "auditores independentes". Mesmo sem especificar o valor, o ministro disse que o teto é de 100 bilhões de euros. A quantia será emprestada pelo Eurogrupo e administrada pelo FROB – Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária, órgão do governo espanhol criado pela recapitalizar o sistema bancário local após o estouro da bolha imobiliária em 2008 e 2009 – que repassará recursos aos bancos que necessitem de ajuda.
A Espanha é o quarto país europeu a receber ajuda do Eurogrupo. Irlanda, Portugal e Grécia já tiveram dinheiro injetado em suas economias pela instituição, com o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI).  Guindos evitou falar, porém, em "resgate". "É um apoio financeiro e nada tem a ver com resgate. O dinheiro será dirigido ao FROB para que ele injete nas instituições que pedirem ajuda. Nem todas as entidades precisam de recapitalização — 70% do sistema financeiro espanhol pode resistir às piores condições possíveis, segundo relatório do FMI"- Guindos disse que a ajuda financeira não está vinculada a pacotes de austeridade ou cortes nos gastos públicos. "Claro que existem condições para receber o dinheiro, mas não há nenhum tipo de condição fiscal nem de política macroeconómica, mas existem sim condições que as instituições deverão cumprir se quiserem receber o dinheiro."
Sobre o papel do FMI (Fundo Monetário Internacional) no programa, Guindos afirmou que estará restrito à assessoria do setor financeiro e de apoio e implementação do programa. 
De acordo com Guindos, o empréstimo também servirá para diminuir a pressão sobre a dívida pública espanhola. "Nos próximos dias se verá menor pressão sobre a dívida". 
Guindos afirmou que "o governo espanhol está ciente da volatilidade dos mercados de capitais, e por isso decidimos fazer este anúncio porque se considera que é bom para a economia espanhola e para a Zona do Euro. Queremos afugentar os temores sobre o futuro da zona do Euro."

Sem comentários:

Enviar um comentário