Mais um ano se celebrou o dia da Internacional da Mulher.
Infelizmente tal como muitas efemeridades o seu significado encontra-se muitas
vezes deturpado.
Esta celebração teve a sua origem no inicio do Século XX no
contexto da Segunda revolução Industrial e da primeira Guerra Mundial.
O Primeiro dia Internacional da mulher foi celebrado nos Estados Unidos no dia 28 de Fevereiro de
1909, por iniciativa do Partido do Socialista americano.
Em 1910 realizou-se a primeira conferencia internacional da Mulher em Copenhaga dirigida
pela Internacional Socialista foi adoptada a proposta da Socialista Alemã Clara Zetkin da criação do Dia internacional
da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido mencionada.
Em 8 de Março de 1917,
ocorreu na Rússia uma greve das operárias têxteis contra a fome, contra o Czar
Nicolau II e contra a participação do País na Primeira Guerra Mundial. Este dia
foi instrumentalizado pelo Partido Comunista durante o período soviético inclusive ainda
hoje é feriado na Rússia, Bielorrússia, Moldávia, Macedónia e Ucrânia.
No ocidente este dia foi celebrado durante a década de 10
e 20. Posteriormente a data caiu no esquecimento e só
foi recuperada pelo movimento feminista na década de 60. Este dia foi
finalmente adoptado pelas Nações Unidas em 1977.
Hoje continua a ser pertinente a celebração, pois continua a
existir imensas descriminações contra as mulheres quer ao nível laboral,
social, político e familiar. Por exemplo, há países onde a Mulher não pode votar
nem tão pouco conduzir um simples
veículo.
Para terminar deixo a titulo de reflexão o poema do poeta Brasileiro Carlos Drummond de
Andrade (1902- 1987) - Familia:
Três meninos e duas meninas,
sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.
A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda a noite
e a mulher que trata de tudo.
O agiota, o leiteiro, o turco,
o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
branco! Mas a esperança sempre verde.
A mulher que trata de tudo
e a felicidade.
sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.
A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda a noite
e a mulher que trata de tudo.
O agiota, o leiteiro, o turco,
o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
branco! Mas a esperança sempre verde.
A mulher que trata de tudo
e a felicidade.
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