sexta-feira, 9 de março de 2012

Dia da Mulher


Mais um ano se celebrou o dia da Internacional da Mulher. Infelizmente tal como muitas efemeridades o seu significado encontra-se muitas vezes deturpado.  
Esta celebração teve a sua origem no inicio do Século XX no contexto da Segunda revolução Industrial e da primeira Guerra Mundial.
O Primeiro dia Internacional da mulher foi celebrado  nos Estados Unidos no dia 28 de Fevereiro de 1909, por iniciativa do Partido do Socialista americano.
Em 1910 realizou-se a primeira conferencia  internacional da Mulher em Copenhaga dirigida pela Internacional Socialista foi adoptada a proposta da Socialista Alemã  Clara Zetkin da criação do Dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido mencionada.
Em 8 de Março de  1917, ocorreu na Rússia uma greve das operárias têxteis contra a fome, contra o Czar Nicolau II e contra a participação do País na Primeira Guerra Mundial. Este dia foi instrumentalizado pelo Partido Comunista  durante o período soviético inclusive ainda hoje é feriado na Rússia, Bielorrússia, Moldávia, Macedónia e Ucrânia.
No ocidente este dia  foi celebrado durante a década de 10 e 20. Posteriormente a data caiu no esquecimento  e  só foi recuperada pelo movimento feminista na década de 60. Este dia foi finalmente adoptado pelas Nações Unidas em 1977.
Hoje continua a ser pertinente a celebração, pois continua a existir imensas descriminações contra as mulheres quer ao nível laboral, social, político e familiar. Por exemplo, há países onde a Mulher não pode votar nem tão pouco  conduzir um simples veículo.    
Para terminar deixo a titulo de reflexão  o  poema do poeta Brasileiro Carlos Drummond de Andrade (1902- 1987) - Familia:
 Três meninos e duas meninas,
sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.

A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda a noite
e a mulher que trata de tudo.

O agiota, o leiteiro, o turco,
o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
branco! Mas a esperança sempre verde.
A mulher que trata de tudo
e a felicidade.

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